A operadora Vivo enviou um comunicado ao jornal Estado de S. Paulo informado que não vai mais implementar a franquia para uso de dados na banda larga fixa em todos os planos que comercializa. Com isso, alguns planos oferecerão ao usuário a possibilidade de consumir dados de forma ilimitada, da mesma forma como acontece atualmente.
O comunicado veio depois de muita pressão popular e de o Ministro das Comunicações, André Figueiredo, ter anunciado publicamente que discordava da nova prática da Vivo e das demais operadoras quanto ao limite de dados na banda larga fixa. Figueiredo se viu obrigado a interferir quando a Anatel, por meio de seu presidente, se negou a reverter a situação.
João Rezende, o chefe da agência, chegou a dar declarações polêmicas e amadoras sobre o assunto, dizendo que “a era da internet fixa no Brasil estava acabando” e que a “culpa era de quem joga online”, pois isso supostamente consumiria muita banda, o que não é verdade.
Figueiredo anunciou nesta semana que iniciaria negociações com as operadoras para que elas ofereçam planos ilimitados
Figueiredo anunciou nesta semana que iniciaria negociações com as operadoras para que elas ofereçam planos ilimitados em seus portfólios em todas as regiões do Brasil, mesmo que isso custe mais caro. Ao que parece, a Vivo vai seguir esse conselho, mas ainda não há nenhuma informação sobre quanto vai custar definitivamente um plano ilimitado na operadora.
NET e Oi não se pronunciaram ainda sobre o assunto, mas operadoras menores, como a Live TIM e a Copel Telecom, já comentaram anteriormente que não vão implementar o limite de dados nos planos que comercializam.
Pressão popular
É interessante notar que as operadoras que querem implementar os limites em seus planos de banda larga fixa têm sofrido uma imensa pressão popular, especialmente a Vivo, que comprou recentemente a GVT. Essa empresa tinha como principal ponto de venda o fato de seus planos não preverem franquia de dados, uma vez que Oi e NET já trabalhavam dessa forma há alguns anos.
A diferença é que essas duas empresas não praticavam o bloqueio da internet ou a redução da velocidade depois que o cliente atingia o limite da franquia, como uma espécie de gratificação promocional. Elas também não anunciaram planos para começar a impor esses limites.
Nas últimas semanas, diversos abaixo assinados têm circulado pela web com centenas de milhares de assinaturas cada para mostrar o descontentamento generalizado da população sobre o assunto. Se você tem acompanhado o TecMundo nos últimos dias, certamente leu algumas notícias a esse respeito.
A situação ficou ainda mais intensa quando João Rezende, da Anatel, se posicionou do lado das operadas
A situação ficou ainda mais intensa quando João Rezende, da Anatel, se posicionou do lado das operadas, dizendo que essa mudança era inevitável e que as empresas deixaram seus clientes mal-acostumados com os planos ilimitados comercializados até hoje.
Uma petição online para remoção de Rezende da presidência da Anatel também começou a ser divulgada entre os internautas. Mais de 30 mil pessoas já participam desse abaixo assinado no Avaaz.
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